Frenetic

Hoje vou falar-vos do meu shooter favorito: Frenetic.
São tantas e tão boas as recordações que me chegam à memória quando volto a colocar esta disquete no meu Amiga 500. É um daqueles jogos que ajuda a resumir o quão espectacular foi a minha adolescência e o quanto me deixa saudades...
Recordo-me nitidamente da primeira vez que tive contacto com este jogo. Tínhamos ido a Sub-Rego, a casa do Pedro, para gravarmos uns jogos e foi quando já estávamos para vir embora que chegou o Zezito das Senras e, assim que acabaram as gravações, começou a jogar com o Pedro este fantástico jogo. Como não conhecíamos este Frenetic ficámos um pouco para ver se realmente era tão bom como, à primeira vista, parecia. Foi amor à primeira vista. Os meus caros amigos não passaram do segundo nível mas, para uma primeira impressão, o que tínhamos visto bastava. Viemos embora e, embora tivessemos ido com o propósito de gravar outros jogos, acabámos por vir todo o caminho a falar nesse tal "Frenetic".
Nessa mesma semana acabarias por ir lá gravá-lo e logo te lembraste de mim e passaste por minha casa para que eu pudesse gravá-lo também. Era um jogo que tinha 2 disquetes mas logo descobrimos que a primeira era apenas necessária para vermos a apresentação pelo que foi com imenso agrado que verificamos que, para jogar, apenas era necessária a segunda disquete. É que o dinheiro não abundava e todas as disquetes que se conseguissem poupar eram uma grande ajuda... Eheheh!
Lembro-me que o jogo era composto por 8 fantásticos níveis de crescente dificuldade. E chamar "dificuldade" aos desafios que tínhamos de enfrentar é estar aqui a ser extremamente simpático. Ainda me lembro de, na altura, no Liceu, o Pedro nos ter dito que só falássemos para ele quando conseguíssemos acabar o Frenetic. Era uma espécie de "certificado" de bom jogador. Pois bem. Tarefa cumprida. Primeiro tu, em tua casa, com muito esforço. Depois eu, sozinho, no sótão de minha casa. Apenas o voltaria a acabar por mais uma vez pois era um jogo bastante difícil. Bastava perder uma vida e lá se iam todas as armas e power-ups que tanto nos custavam a ganhar. Lembro-me dos gráficos bonitos, daquela relva verde do primeiro nível; lembro-me do 2.º nível ser do género do 7.º embora este fosse muito mais difícil, como é óbvio; lembro-me do 3.º, 5.º e 8.º níveis também serem semelhantes. E lembro-me que no 4.º nível sobrevoávamos uma espécie de nave gigante em alto mar; falta ainda o 6.º nível que tinha muitas "pedras" espalhadas pelo espaço o que dificultava bastante quando precisávamos escapar a certos tiros...
E falta ainda falar nos bosses que estavam muito bem conseguidos embora alguns deles fossem bem difíceis de vencer. Recordo com particular agrado o do 4.º nível que, embora fosse o menos espectacular, era o mais fácil de derrotar o que fazia que o olhasse com alguma predilecção... Eheheh!
Lembro-me perfeitamente de estar uma tarde a jogar, numa daquelas vezes em que tudo nos sai bem e, em pleno 7.º nível tenho uma daquelas mortes mesmo "estúpidas" e lá se vão as minhas armas todas... Claro que não consegui terminá-lo nesse dia quando tudo apontava para isso... Lembro-me de gritar: %$#%&, #$%$%&%&, "Sou mesmo burro", etc, etc, etc... O meu irmão estava lá em baixo na cozinha, com o Paulo das Silveiras... Quando lá cheguei o Paulo sorriu, olhou-me e disse a célebre frase: "És mesmo burro? E é que ninguém te contraria"... Eheheh! Apesar de estar fulo pelo que tinha acontecido, soltei uma gargalhada mesmo daquelas cá de dentro....
Entretanto, as férias estão aí à porta e podem crer que vou voltar a pegar neste Frenetic e vou tentar acabá-lo mais uma vez. Costuma-se dizer que não há duas sem três. Será?
Um abraço retromaníaco e continuação de bons jogos.

Miguel

P.S. Digam-me que um dia vou voltar a viver isto tudo outra vez. Please...

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